sexta-feira, 27 de junho de 2008
Eu e a paisagem
Pela madrugada gosto de ir à varanda do meu apartamento.Lá, fico por algum tempo sozinha, no silêncio e na escuridão.Fico calada, olhando e imaginando.
Quando faço isso sinto-me diferente.É como um refúgio, um instante de fuga da realidade. Quando eu deixo de ser eu, viro apenas alguém escondida, abrigada e ofuscada pela multidão. Um grão de areia em meio a milhões de grãos.
Uma multidão silenciosa. Abrigada em suas casas, seus lares. Cada um do seu modo. Cada um no seu refúgio. E olhando aquele monte de casas e prédios fico a imaginar como é cada morador, cada família. Seus problemas, seus comportamentos.
Tanta imaginação, tanta observação, acabo conhecendo os comportamentos dos insônes. Como o vizinho da esquina, que assim como eu, passa o tempo olhandopela varanda. A única luz acesa da rua.Ele é uma figura distorcida atrás da grade, assim como eu.
Mas ao olhar o resto da cidade percebo que não somos os únicos. Há sempre pontos luminosos brancos isolados pela escuridão, pela luz amarelada dos postes e pelo silêncio.
O encantador silêncio que faz a cidade parecer parada.Transmite uma paz. O som do silêncio demonstra que até a ferocidade urbana tem seu descanso.
Mas no fundo da paisagem,convocando silenciosamente à realidade, há uma chaminé de uma fábrica ao longe. Expelindo fumaça todo o tempo. Ela não para nunca, madrugada a dentro produzindo. E me relembra, que assim como a fábrica a vida não pode parar.
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4 comentários:
Achei muito bom...
a vida nao para mais necessita de pausas, êta clichê bom.....
beijos moça
muito bom teu blog, gostei daqui,vale muito vir aqui visitar.
parabens
mulher eu num sei ai no teu bairro mais no meu num tem esses sislencios todo não, e pior, ainda tem gente que esculta brega nas aulturas!¬¬
ahuahahuahuahau
sobre o post, achei tão assim sei lá =P
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